Segunda-feira, 27 de Agosto de 2012

Querido avô

Querido avô,


Sim, no meu coração denominas-te querido apesar de nunca ter tido oportunidade de te o dizer. Afinal, apenas te sorri por alinhares comigo nas brincadeiras, por fazeres de mim uma criança feliz. Pena não teres visto transformar os meus problemas cujas decisão eram escolher com que brincar em crises de rapariga adolescente que os meus pais ainda suportam. De não me teres visto transformar-me num ser graúdo. De não poderes aturar também os meus caprichos. Mas sabes avô, para além de acreditar que ainda estejas a tomar conta de mim, a olhar por mim e a roubar-me um sorriso de vez em quando sempre que me lembro de ti eu sei que precisava de ti ao meu lado. Partilhaste gelados e doces comigo e agora queria que partilhasses os segredos, a sabedoria da tua existência para uma miúda poder crescer e tornar-se alguém na vida. 


Eu às vezes sento-me e penso que para a vida levar pessoas tão boas de perto dos que ama, alguma razão boa há-de ter para consiliar os sorrisos proporcionados. Mas penso que tudo o que tive de bom acabou, que o que me fez feliz acabou e então o que me faz feliz agora, o que já são apenas recordações, também acaba? Nada se apaga de um coração de uma menina refilona mas também sensível, apenas tímida para o mostrar; o querer mostrar ser forte para mais rapidamente secar as lágrimas que por escape lhe escorrem na face. Apenas precisava de ti.


As palavras são-me cada vez mais escassas mas sinto necessidade de as soltar para que possam correr livremente para ti.

Vesti agora o vestido que mais agrada a minha mãe no seu dia especial este ano. Ela aparenta estar feliz agora que trouxe a tua querida mulher para passar o dia nos seus braços, para passar o dia ao lado de mais uma que a ama, mas eu sei, que algures os seus olhos mostram dor por seres menos uma pessoa amada na vida dela. Eu sei, ela sabe, todos sabemos que podias estar aqui... até tu sabes. Nós queríamos, desejávamos.


Amamos-te muito meu querido avô e pai que também és!


sinto-me: (in) feliz pode ser os dois
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publicado por Catherine às 15:09
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